terça-feira, novembro 01, 2005

ressurreicao

Ja faz alguns dias desde a primeira vez que percebi que as coisas ao eu meu redor serao um dia parte do passado do um jeito sinistro, novo. Que o livrinho da novela da Fei "Cold Feet" sera molhado com lagrimas num futuro remoto. Que o som do Iggy o gatinho vai ecoar constantemente quando eu nao estiver com meus dentes e cabelos pretos. Que a retangular visao de meu flat determinara toda a geometria da minha meia idade. Que o Jean "7 Tiros" estara colado pra sempre em meus olhos, assim como aquele dia quente de Sol e os Sainsbury. Assim, quando um dia serei finalmente mais velho. Ou quando um dia nao estarei mais aqui mesmo nao chegando a ser tao velho.

As lembrancas e memorias ficam. As memorias sao tantas e crescem imortais. Ou assombram ou encantam, dependendo do que voce faz. Tive tanto medo pois esse sentimento nao parecia e nao parece assim sem alguma intencao. Meus olhos piscam mais devagar e a sensacao eh de reta final. Eh de alegria como eu posso dizer.
Mesmo que da intencao nao tenho medo, eu sinto o que isso pode trazer aos que tao perto me cercam. Isso me deixa aflito, tenho medo de te dizer: que vou sentir falta de te abracar pelas costas enquanto prepara a comida. De segurar a sua mao enquanto assistimos televisao. De limpar a casa pra ver voce chegar. De trocar a lampada e arrumar a cama. De tocar violar ate o amanhecer. De ficar sozinho so pra voce.

Me sinto muito estranho quando no presente eu vejo um passado. Eh como se por um momento fiz uma viajem ao futuro pra descobrir qual a importancia de tudo isso . Mas de todas as coisas, a memoria dos que eu amo, os rostos de quem eu aprecio ficam congelados, porem crescendo - como se fosse possivel - dentro da jaula de minha cabeca. E todas as pessoas lah estao no fundo e profundo felizes por eu ser assim. De qualquer forma eh como se todos lah dentro de mim e perto de mim soubessem o que esta pra acontecer, mas ninguem a qualquer custo quer dar o braco a torcer.