quinta-feira, novembro 23, 2006

Seu erro fez os meus.

Eu escuto de pertinho seus sussurros de perdao por tudo que fez por mim, por ter me estragado e mudado minha vida. Ainda nao sei se te dou essa regalia, ainda nao sei o que aconteceu de verdade... coisas tao fortes em nossa infancia as vezes morre com a gente. Ainda nao sei te perdoar.
Do meu lado sinto vontade de pedir desculpas a todos que a vida eu perturbei por consequencia do que me fez. Voce pode ter morrido, mas nao para mim. Seu fantasma passeia na minha cabeca todos os dias da minha vida muitos anos depois. Nao queria estar aqui escrevendo sobre voce.

Diogenes eu te odeio e ate hoje nao entendo porque foi tao mal brincando com a doce inocencia de uma pessoa imune aos pecados do mundo.

Hoje sou grande.

Voce nao deve existir.

Meus olhos molhados miram um ceu claro com nuvens que flutuam ligeiro. O vento sopra as ultimas folhas das arvores. As arvores doentes do meu quintal. Deus olha pra mim por de traz de tudo e me acaricia com pensamentos nostalgicos do futuro... Mas voce nao tem a minima ideia do que quero dizer com isso...
Eh como eu sentisse saudade de algo que ainda nao aconteceu. Eh como se eu estivesse morto olhando a minha vida aqui em embaixo. Eh como se eu lesse minha propria mao ou olhasse nos meus proprios olhos, sem a ajuda de um espelho.

E eh nessas horas que me sinto completo. Cheio de bem e cheio de mal. Lembro de tudo que fiz por ti e de tudo que fizeram para mim. Lembro de quando joguei contra voce e ganhei. Recordo de quando perdi. Recordo de quando te perdi. Lembro de que nao quero mais achar e nao quero mais voltar nos bracos daquele que um dia me converteu.
Lembro que devo esquecer.
Eu queria muito esquecer.
Eu queria muito esquecer disso tudo, dessa linha dimensional que me coloca a esconder.