terça-feira, fevereiro 22, 2005

Crianças e Macacos

Como pôde acreditar que todos eram felizes, como pôde chamá-los de amadores, como pôde usar guarda-chuvas quando não estava chovendo. Ele anda sozinho na neve. Ele ri sozinho e as vezes fala demais.
Eu ainda quero vê-lo rir sem preocupações, eu ainda quero deitar na cama e não pensar em planos e acordar e tomar café da manhã sem ser atacado e vê-lo feliz. Não sei quem te escuta, meu filho, mas alguém esta lá te esperando, alguém vai te dar a mão e te levar, te esconder da tempestade e te dar moedas. Alguém vai acordar com você na cama e te fazer carinho sem segundas intenções.
Você queria ser macaco não queria?
...
Estou vendo ele agora olhando da janela a neve lá fora. Está aborrecido com algo que lhe perturba todos os dias, algo que lhe cutuca todo momento. Dizem que ele é o homem mais feliz da Terra. Eu queria ser ele e o macaco. Mas mesmo assim o futuro não deveria existir.
Como pode chamar os apóstolos de amigos sem dar as explicações cabíveis, como pode liderar a onda de felicidade sem mesmo saber o que foi a tristeza, como pode esquecer da saudade de quando lutava pelo seu próprio sexo. Eu queria trazer você de volta ao dia em que aprendeu a palavra otimismo. Eu te explicaria a verdade eu te daria a cura.
...
Ele saiu lá fora agora e o mais estranho é que vejo cores brilhantes a sua volta. Ele está tão feliz. Acima de tudo ele é o presidente do seu clube e ele merece. Talvez seja sua cina, ser espelho, refletir e fazer das pessoas felizes, mesmo que essas pessoas sejam crianças.