quarta-feira, julho 20, 2005

Peter Pan

As vezes tenho a impressao que minha cabeca vai inchar e explodir de tao cheia. De problemas? Nao. De criacoes instantaneas de pensamentos, as vezes bobos, outras vezes como novas interpretacoes das mesmas estorias que ouvimos quando eramos criancas; estorias do passado, contos de fantasmas, suores da pobreza e glorias da determinacao. Nunca deixarei de imaginar, de sonhar, de chorar e de sorrir.
Bailes infinitos de brigas e celebracoes festejam aniversarios que nunca existiram. E as pessoas dancam num salao que construi com minha descarada vontade de viver e minhas proprias maos. No vale secreto meu cansaco surge como raios no ceu e num instante desaparecem com os trovoes de meus gritos, quando entao consigo ver com clareza e entender com a lucidez de meus olhos quais foram os erros; e somente eu tenho a cura dessa doenca que me ataca. A doenca de sorrir e a frieza de meus atos.
Consigo por um segundo ser igual a voce e sentir dor. Consigo ser de carne e osso e ser mal tratado e desreipeitado. Nesses momentos vejo o mundo com os olhos de um adulto, me vejo assustado e quero voltar.
Sou crianca de novo, mas nao me sinto infantil. Minha zona de conforto eh do tamanho de uma bola de plastico; as vezes sob o ponto-de-vista de uma formiga, outras vezes de um elefante.

Eu voo em sonhos.